Pastor na Igreja Batista de Água Branca – SP
A política é o terreno onde se manifestam a ingenuidade mais infantil, a maldade mais cruel, o pragmatismo mais oportunista e as passionalidades mais extremadas. Toda abordagem política nas categorias do maniqueísmo (esse é do bem e aquele é do mal) é uma expressão de fanatismo.
A neutralidade política não existe. Decidir não decidir é decidir
deixar como está para ver como é que fica. Os profetas existem para
demonstrar que a omissão e a neutralidade sustentam o poder inclusive e
principalmente dos que não deveriam ocupá-lo ou nele se
perpetuar. Num contexto ideológico, nenhuma profecia é neutra.
Sempre que um profeta adere a um movimento institucional político,
perde sua autonomia, quer na capacidade de leitura e interpretação dos
fatos, quer na isenção necessária para proferir sua profecia. As paixões
políticas, notadamente as que se atrelam aos processos institucionais e
partidários, facilmente comprometem a lucidez do profeta.
Ainda que seja ingenuidade acreditar que ideologias promovam mudanças
sem a mediação concreta do acesso ao poder, profetas devem estar acima
dos comprometimentos do palácio. Profetas não servem ao rei. Servem a
Deus. E porque servem a Deus, sentam-se ao lado da justiça, que quase
nunca é convidada para o banquete do rei.
Profetizar é diferente de tomar partido.
Profetizar é diferente de tomar partido.
Ed René Kivitz
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